sexta-feira, agosto 26, 2016

#Arte #representação do real #debatedaplurabilidade


Hoje vi-me confrontada, amigavelmente entenda-se, com uma opinião tão diferente da minha que tive de refletir, em breves instantes revi conceitos aprendidos na minha juventude estudantil, época onde o debate era a forma habitual de comunicação, onde nos validávamos pela retórica ou pela ausência da mesma,  momentos onde debatíamos este e outros temas não menos interessantes.
Permitam-me uma breve contextualização, enviei a um amigo querido um video que mostrava um artista Italiano cujo trabalho consiste em criar representações humanas da Natureza fauna e flora, através de pinturas corporais deixo-vos aqui um link https://youtu.be/bt_wNsuzztw

em resposta a este video o meu amigo escreveu-me e transcrevo:

"Acho que ele tem bastante habilidade, mas enquanto arte não existe. É um trabalho mais ao menos como o que eu fiz aqui. Demasiado representativo e literal, mas não levanta questões, nem filosóficas nem humanas nem nada. 
O poder da arte é o poder do pensamento.
Tens que ler Walter Benjamin, martin Heidegger entre outros. São dos primeiros pensadores a pensar a arte Que se representa a si mesma e não outras coisas."

Por segundos sustive a respiração...o que estava a ler, incomodava-me...porquê? questionei-me, senti a necessidade de lhe responder dando-lhe conta da minha forma de entender um conceito tão abrangente como o é o da Arte. A minha resposta transcrevo-a agora:   

«Amigo do meu coração, I do love You, muitoooo, vou ler os autores que referes, contudo assim do "top of my head" aos quase 40 anos, digo-te que leituras, e interpretações sobre o que é Arte existem desde que o Homem se decidiu representar, ou representar o que o rodeia, como tal nenhuma excepção é, no meu entender, coerente no conceito Arte, e já existiram bastantes nos milénios da nossa existência. Conceito esse inclusivo não excluidor. 
Eu vejo um ninho de andorinha como arte e não tem mão humana, não levanta questões, e no entanto é de uma beleza inegável, como o é uma colmeia, a questão que a arte pode ou não levantar prende-se com o tempo da sua existência e dos seus contemporâneos, quem sente a necessidade de se exprimir por esse meio, está a ocupar-se de questões, reflexões, que ainda que não reflectindo as dos restantes Humanos, não deixa de ser a representação das suas questões . É impossível para Nós hoje permitirmo-nos avaliar/ comentar,menosprezar a "arte rupestre" como arte, não vivemos como eles, não partilhamos da sua realidade, portanto não temos como saber se estariam a levantar questões com os seus esforços ou não!
Para mim ,enquanto ser humano, o que de alguma forma interage comigo na minha sensibilidade, na minha emoção, (positiva ou não), o que não me deixa indiferente, completou o seu objectivo, passou-me uma mensagem, a dita que eu da obra retiro cabe-me a mim e não ao autor, a mensagem que assimilo é da minha responsabilidade. Concluindo a arte é para mim o veículo, a mensagem o de menos importante, pela sua pluralidade, tão variada como o são as opiniões nesta nossa humanidade!»

quarta-feira, agosto 10, 2016

apos a leitura de um artigo acerca da influencia do Hip Hop nos EUA e o gosto nao exclusivo dos brancos por armas?!#racismo; #respeito; #extremismo;

Nada é tão parcamente inteligente como o extremismo! Nem ser negro é ser criminoso, nem ser branco é ser racista! Vamos lá pensar sem clichés démodés!, existe a cultura da violência sim! por brancos , e por negros, existe a cultura da instrumentalização do corpo feminino sim! Por brancos e por negros, existe racismo entre negros SIM, como existe entre brancos SIM! Aliás nos EUA o insulto é "white Trash" como existe racismo entre europeus, entre indivíduos de religião diferente, ou entre indivíduos de credos diferentes ou formas de civilização diferentes! posso falar do que sinto na Alemanha, e do que senti em Luanda! Deixemo-nos de frases feitas, quem viveu e experienciou ambos os lados que se pronuncie quem fala pela fraca cultura adquirida por assimilação via produção  de Hollywood ou indústria da Música, por favor a si mesmo, reflicta!  Cheguei a Lisboa em 1995 p estudar entrei num autocarro a sair da faculdade as 18:30 e antes de chegar ao destino começaram os insultos aos meus ouvidos irreais no meu País: " Vai à pé branca de merda" WTF?! Na Alemanha pelos vistos não sou branca suficiente, em Luanda voltei a ser branca demais! Da-se importância demais a cor de pele, e de menos aos actos que cada indivíduo comete independentemente da cor de pele, religião, ou, ausência dela! Sugiro que façamos por viver de  acordo com a inteligência de cada um e respeitando-nos reciprocamente, inclusive nos gostos (ou ausência destes) musicais de cada um, o problema não está tanto na cultura das armas mas sim no uso indevido das mesmas, no gosto por usar as armas para degrimir argumentos na incapacidade de os pronunciar, e isto acontece em seres vivos de todas as cores, credos, religiões, origens, nacionalidades ou mesmo extractos sociais!