terça-feira, novembro 24, 2009

2009 começou em grande... demonstrações de true love por parte das crianças, uma nova arduamente conquistada estabilidade emocional, com reconhecimento profissional, no meio de tudo isso uma discreta consulta programada á minha medica "alemã" que afastou qualquer prenuncio de mal/doença, e um desejado regresso permitido pelas férias da pascoa ao Pais á beira mar plantado, que foi a creja em cima de tão auspicioso trimestre!
Eis que, quando nada o fazia prever, o tremor começou numa consulta "de rotina", embora o motivo viesses de trás, um muito pequeno talvez que me incomodava quando eu o deixava soar no meu interior, o meu tão perfeitinho castelo de cartas começou a mostrar a sua fragilidade.... primeiro um exame, depois outro, seguidos de uma biopsia, até que ouvi finalmente um diagnostico avassalador....o que fazer com tanta informação??? Para onde me virar...a minha mente fcou em branco...o meu futuro inexistente...á minha volta dor e consternação...momentos de grande angustia vivi.

Lentamente avancei... primeiro para mais exames, depois iniciei os tratamentos, esses deram-me mais sintomas que o mal, paralelamente combatendo sempre, todos os dias, sentimentos que não quero ter,tenho por isso que diariamente os vencer.
Esta é uma guerra longa, mas já com algumas batalhas ganhas, seja num riso com vontade, num momento de felicidade, num olhar esperançoso, num momento lindo com as minhas crianças, num abraço reconfortante, numas lagrimas partilhadas, num saborear de um Latte Machiatto, num desabafo com uma amiga, num reencontro de amigos, enfim, em todos os momentos que nos dão animo e curam a alma.

Esta doença não me ensinou a apreciar a vida, há muito que o fazia, embora admita que vivinestes últimos anos periodos de tristeza que eram dispensaveis, ensinou-me sim sobre mim, sobre as minhas fronteiras, ensinou-me sobre os outros, quem são e onde estão quando o momento se torna complicado, ensinou-me sobre o valor de um momento, a preciosade de um sentimento.
É um ensinamento constante, percebo, ás vezes com admiração.
O 2009 continua, para trás estão, tratamentos feitos, intervenções cirugicas,aniversarios dos meus entes queridos, cafés partilhados com amigas, visitas, telefonemas, por acontecer estão mais tratamentos por realizar e um outro tanto de medicamentos e outros que tais, medicina moderna no seu melhor.

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2008 foi um ano estupendo, começou lento sem muita emoção as crianças cresciam tudo estava em ordem, mais um verão passado em Portugal, festejamos o 1. aniversario da nossa menina com a familia e amigos,confesso eu sou atraida para Portugal como a traça para a luz.
Regressamos em Setembro para o Westerwald, festejei os meus 32 anos por cá entre alemães, sem mar é certo, mas sorridente. Recebi a visita da minha irmã Andreia na estação do ano mais bonita para se viver aqui, O Outono, pude mostrar-lhe um pouco, muito pouco, deste País, ainda assim sei que ela gostou bastante.
Nesta altura o meu ano alterou-se, recebi uma proposta envenenada, mas aceitei-a na mesma, um trabalho aliciante no qual me fundi até á alma.
Vivi este periodo intensamente, com o apoio quase incondicional do Pai das minhas crianças, e dos Avós Paternos que me socorreram, com as crianças assim bem cuidadas pude mergulhar como desejava nesse mundo do trabalho, donde estava afastada desde a vinda para a alemanha.

Vivi esse momento esgotada mas feliz e consciente dessa felicidade, sem querer prestar muita atençao a outros promenores que insistiam em interromper essa felicidade, esse sentimento de "accomplishment".

O 2008 terminou em grande crianças saudaveis, pais felizes, mesa farta, fogo de artificio e espumante!

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Retomando... continuo na Alemanha no Westerwald, o ano de 2007 foi interessante e muito marcante para além da ambientação á Alemanha e ao Westerwald, experienciei nesse ano uma fase de extremas dúvidas senão existenciais, pelo menos avassaladora. Meu Pai entrou num avião para me visitar, trouxe a Melissa, procuravam neve...nevouno dia antes de chegarem e dois dias depois de partirem...timming...Fui Mãe pela 2 vez, uma menina, completando assim a familia nuclear, um menino e uma menina! Foi um Verão estupendo, passei-o quase todo, ou quase, em Portugal, entre Lisboa e Algarve, consegui ainda festejar o meu aniversario á beira mar,entre os que amo, com algumas excepçoes infelizmente. Em Outubro regressei á Alemanha com as crianças e o Ernesto. Mais um marco nesse ano, conseguimos trazer o nosso querido Ernesto, tira-lo do seu espaço não é fácil :)

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Não tenho sido a mais regular das escritoras é verdade, mais verdade ainda é que material interessante não tem faltado, mas como em tudo o timing tem falhado!

Comecei este blog numa altura de luto, a perda da minha estrela guia custou-me horrores. Na altura pensei, que um local ainda que virtual, onde poderia descarregar em forma de prosa, o que sentia seria uma terapia....de alguma forma até foi....Embora ponderarando apercebo-me que esta gradação de dor vem de longe... Olhando para trás, depois dos 30 isto já faz sentido, vejo que até aos 18 vivi sem conhecer o luto, depois foi uma catadupla de mortes a minha saudosa colega Isabel, o meu querido Tio e Padrinho, o nosso Nox,a Mina, O Christian, o meu Tio Nica, a minha Mãe, o Horst, o Bellax, e por aí vai.A morte rodeia-nos o que é melhor do que dizer ou pensar cerca-nos,é um conceito que tem tanto de assustador como de natural, a frase não é minha, no entanto vou aqui usa-la, a morte é o que temos de mais certo,não nos devia causar temor devia sim lembrar-nos o quanto a vida é preciosa.

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